Evento discute prós e contras do e-learning na formação e atualização de profissionais
Para ficar mais perto da filha Ana Clara, de dois anos, o vendedor Sérgio Bastos resolveu fazer seu curso, de graduação em administração, em casa mesmo. Ele chega do trabalho, brinca com a criança e depois estuda com o auxílio de um computador conectado à internet: as apostilas chegam ao e-mail, ele as imprime, as lê, navega na rede em busca de informações complementares e tira as dúvidas em conversas on-line com professores e monitores. “Com a falta de tempo dos dias de hoje, dificilmente a sala de aula seria uma boa opção para mim”, comenta. Como Sérgio, os adeptos do ensino a distância são cada vez mais seduzidos pelas vantagens do e-learning, tema do terceiro encontro de convergência educacional que a Sociedade dos Usuários de Informática e Telecomunicações (Sucesu-MG) realiza em Belo Horizonte no próximo dia 6.
Na pauta estão as relações entre empresas e universidades, estreitadas graças ao uso estratégico da rede mundial de computadores. O diretor de soluções educacionais da Sucesu, Lúcio Fonseca, explica que o movimento teve início nas empresas, que absorveram a educação a distância, complementando a formação e atualização contínuas.
Agora, as escolas se voltam para o mercado, criando universidades corporativas, a partir da compreensão de que são também provedoras do mercado empresarial. E a tecnologia é o motor da aproximação. “Percebeu-se que o computador é um instrumento que pode agregar produtividade, tanto para o trabalho quanto para o estudo. A idéia é empregar as ferramentas de ensino a distância também para melhorar o conteúdo administrado presencialmente. Um professor, pode, por exemplo, disponibilizar on-line uma apresentação de slides usada em sala de aula”, exemplifica Fonseca.
É tendência expressiva as empresas buscarem as instituições de cursos superiores para oferecer capacitação e atualização aos funcionários. Quem afirma é a coordenadora pedagógica acadêmica da educação à distância da Newton Paiva, Marta Malta. “Da própria empresa os alunos podem freqüentar as aulas. Elas disponibilizam o tempo para que o aluno se dedique ao estudo, e o estudante só tem que estar presente para fazer as provas. Ao final, recebe uma certificação.”
PÉ ATRÁS Ainda de acordo com Malta, a resistência a essa modalidade de ensino tem a ver com uma questão cultural: “As pessoas são desconfiadas, de uma forma geral, porque sentimos essa necessidade do téte a téte, esse é um desafio a superar. Por isso as provas são presenciais, impreterivelmente”. Também é recomendável certificar-se se o curso é aprovado pelo MEC. Além disso, a disciplina exigida do aluno é redobrada, o que tem seus prós e contras. Organizar prazos e horários de estudo são pré-requisito para um resultado eficiente.
“Em contrapartida, você constrói o seu conhecimento. Sem um professor na sua cola, você fica muito solto. Sem falar nas distrações que se tem em casa. É preciso ter uma concentração violenta”, opina Sérgio, o vendedor estudante de administração. Além disso, encarar a tarefa significa mudar a lógica de raciocínio de aprendizado, a partir da facilidade do tropeço ético do ensino a distância. Não é novidade que a internet ajudou a banalizar o “copiar” e “colar”, o que contribui para a desconfiança da legitimidade dos cursos à distância.
Mas, de acordo com Fonseca, o tempo da cola já era: “O sujeito até pode copiar as informações, mas o diploma dele não vai ter valor, lastro ou competência e o mercado vai fazer a seleção”. Malta resume: “Como a participação do aluno é ainda maior e ele é responsável pela construção do conhecimento, tem que entender que é uma mudança de paradigma”. Os desafios da educação corporativa são um dos temas a serem debatidos no encontro, cuja programação pode ser conferida no site www.sucesumg.org.br/educacional ou pelo telefone (31) 3280-3300
fonte: do site uai
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Sem cola, com seriedade
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